Fragmentos da cura do processo Borbolete-se!
- Daniela Cracel
- 9 de abr.
- 2 min de leitura
*Do Casulo ao Voo – Etapas de um Despertar"Fragmentos de cura do processo Borbolete-se
Por Daniela Cracel

1. OLHAR- É quando a luz começa a entrar pelas frestas.Ainda não se vê tudo, mas algo dentro já percebe:tem mais vida além do casulo.
"Eu nunca tinha reparado... mas eu sempre quis consertar todo mundo." "Comecei a ver o quanto eu me anulava só pra manter a paz." "Olhar pra mim foi mais difícil do que olhar pra ele."
Olhar é o primeiro vôo.Mesmo de olhos fechados.
2. SENTIR- Depois que se vê, não dá mais pra desver. E vem o peso, a dor, o medo... e a coragem escondida ali.
"Senti raiva de mim por ter me deixado de lado por tanto tempo." "Chorei por tudo o que aceitei em nome do amor." "Senti o medo de ficar sozinha, mas percebi que a pior solidão era comigo mesma."
Sentir é permitir.É dizer: “isso doeu”. É não fugir mais da onda.
3. ACEITAR- Não é se conformar.É parar de brigar com o que é.É olhar nos olhos da dor e dizer: “eu te escuto”.
"Ele não vai mudar. Eu é que preciso decidir se fico." "Aceitei que minha mãe nunca vai me dar o colo que eu esperava. Mas hoje eu me dou." "Entendi que ninguém me deve amor. Mas eu me devo inteirinha."
"Achei que nunca fosse conseguir lidar com essa separação. Doía ver minha filha chorando, pedindo a família de volta.E eu me quebrava em mil pedaços, sentindo que tirei dela algo precioso."
Até que um dia... alguém me perguntou:'E como era essa família enquanto vocês estavam juntos?'
E ali, entre o silêncio e o soluço, eu me dei conta:Não havia família.Havia eu... escrava de pensar, de sentir, de sustentar tudo sozinha.Havia eu exausta, sorrindo por fora e me apagando por dentro."
Aceitar foi entender que a fantasia doeu mais do que a perda.Que a ausência começou muito antes da separação.E que, às vezes, a maior prova de amor é desmontar o cenário que machuca para que novas histórias possam nascer.
4. Transformar - É o momento em que o casulo não faz mais sentido.O corpo pede espaço.A alma pede ar.
"Agora eu me escolho todos os dias. Mesmo com medo, eu vou." "Não quero mais convencer ninguém do meu valor. Eu sei quem eu sou.""Transformar foi parar de esperar permissão pra ser feliz." "Hoje eu não imploro mais amor. Eu ofereço. E quem quiser... dança comigo."
Transformar é o momento em que o silêncio vira música.E a mulher vira voo.
Borbolete-se não é sobre virar outra.É sobre voltar a ser quem você sempre foi...Antes do medo, antes da culpa, antes da vergonha.
É sobre escutar essas falas e se ver nelas.É sobre perceber que o processo é de todas.E que o voo é possível.
Porque o casulo não é o fim.É só o útero de uma nova mulher.
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