O perigo que mora na tela: quando a infância é violada em silêncio!
- Daniela Cracel
- 9 de abr.
- 2 min de leitura
O perigo que mora na tela: quando a infância é violada em silêncio!
Por Daniela Cracel

Vivemos tempos em que os quartos das crianças deixaram de ser espaços seguros. Há um tipo de violência que não deixa marcas visíveis, que não grita, não quebra objetos — mas quebra a alma. E muitas vezes, ela começa com uma notificação no celular.
O caso recente de abuso sexual virtual dentro de um grupo no Discord escancarou o que já sussurrava em muitas famílias: nossos filhos estão sendo caçados por predadores emocionais, escondidos por trás de avatares, perfis carismáticos e jogos aparentemente inofensivos.
Não é preciso arma para cometer violência. Basta uma tela, um fone de ouvido, e a ausência de escuta dentro de casa. Porque o que esses predadores oferecem não é só pornografia — é afeto distorcido, pertencimento falso, atenção manipulada. E, por trás disso, está um desejo cruel: dominar. Marcar. Machucar.
A infância, quando violada dessa forma, se perde em silêncio. E o silêncio pode durar uma vida inteira. Por isso, mais do que vigiar, é preciso ver. Mais do que controlar, é preciso cuidar.Mais do que acusar, é preciso acolher.
Que pais e mães possam reaprender a presença. Que não seja o medo a conduzir, mas o vínculo. Que haja tempo para sentar ao lado, perguntar sem invadir, escutar sem julgar.Porque quando a escuta é real, o predador perde espaço.
A infância precisa de porto seguro, não de vigilância fria.Precisa de toque, de olhar, de calor humano.
É hora de lembrarmos que proteger uma criança não é só defendê-la de monstros.É evitar que ela se sinta invisível.
Borbolete-se. Porque crescer com afeto é a melhor forma de se proteger.
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